domingo, 14 de julho de 2013

A Deusa Paulistana

...Ah, mas ela é tão quietinha! Alguém exclamou em seu primeiro dia de trabalho e ela revirou os olhos pois já estava cansada desse tipo de comentário. Passara a vida sendo a quietinha, a tímida, a que fala baixo, porém sempre chamou atenção, nunca passou despercebida.
Um dia se apaixonou. Conheceu um homem exatamente como ela. Ele também falava baixo e se encantou com seu sorriso, mas tinha um problema, havia um abismo que os separava. Se viam todos os dias, e o abismo só aumentava. Ela, agoniada, queria falar para ele pular, mas não sabia se ele conseguiria chegar ao outro lado sem se ferir, então, calou-se.
Ele, por sua vez, já não conseguia dormir, pensando somente em encontrar sua "deusa coroada" numa versão paulistana as avessas de Fermina Daza. O amor entre os dois cresceu e um dia, nosso herói pulou desesperadamente para o amor. Não foi um salto fácil, caiu! Se machucou, mas chegou ao outro lado. E ela,  por sua vez, como saori cuidou de seu cavaleiro ferido, curou suas escoriações e hoje lembra dessa história, sorrindo entre uma ou outra garrafa de vinho com as amigas.