quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Holly Golightly - A Garota de Ipanema

Ontem vi uma matéria no jornal falando que um ponto comercial no Rio de Janeiro é mais caro que em Nova Iorque, logo em seguida a repórter entrevista comerciantes na Garcia D' ávila... Bem, claro que qualquer ponto nesta rua é um investimento alto, afinal, é ipanema. Imagino Holly Golightly (Audrey Hepburn - Bonequinha de Luxo) passeando e fazendo compras na H. Stern e Amsterdam Sauer que não devem nada a Tiffany e Cartier, apenas a dois quarteirões de distância da praia onde Vinícius de Moraes observava de longe a jovem Helo Pinheiro ao sol.
Quando vejo uma matéria assim, me pergunto: quem foi o ingênuo redator que pensou que a Garcia D'ávila deveria ser menos valorizada que a grande maçã? Principalmente num momento em que a recessão está às portas do Tio Sam. Só posso concluir que seja um entusiasta da Av. Paulista, que sonha com Nova Iorque e seus arranha-céus em sua vida solitária num apartamento diminuto.
Encerro por aqui, para evitar processos e para aproveitar a minha cidade, que afinal, é MARAVILHOSA!!!!!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Obras, Freddie Mercury e RioCard

O dia de hoje está sendo lembrado pelo nascimento do imortal Freddie Mercury, então, gostaria de especular o que aconteceria se ele resolvesse comemorar seu aniversário na cidade maravilhosa.
Bem, ao sobrevoar a entrada do Rio procura logo o cristo, mas não conseguindo se localizar, pergunta a direção para o passageiro ao lado: - O senhor pode me dizer quando veremos o cristo?
O passageiro responde: - Nunca! Voos internacionais só chegam no Galeão e ocristo só pode ser visto do Santos Dummont, que inclusive está fechado porque já são 02:00 e este aeroporto fecha às 23:00.

Freddie: - Estranho isso, hein? nunca vi aeroporto fechar.
Senhor Rabugento: - Pois é...
Fred: - Tudo bem, vejo o cristo outro dia, quero ir ao maracanã.
Sr. Rabugento: - Ih... tá fechado, em obras pra copa.
Fred: - Pelo menos vai melhorar, aumentar a capacidade.
Sr. Rabugento: - Que nada, essa obra é pra diminuir, além do mais, a cidade inteira está em obra e não ta melhorando nada.
Fred: - O que será que esses cariocas de hoje pensam de mim, será que eu vou ser perseguido na rua ou eles já me esqueceram?
Sr. Rabugento: - Ah, eu sou muito fã da sua música, mas aqui todo mundo diz que foi você que trouxe a AIDS pro Brasil.
Fred: - O QUE?! Mas que absurdo! Ultrajante!
Sr. Rabugento: Ih fredinho, relaxa. Muito pior que isso é ter um infeliz semi-nu a solta por aí se dizendo "Fred Mercury Prateado".
Fred: - Meu Deus! Mas eu só queria passar o meu aniversário na cidade maravilhosa, e chego aqui é só coisa ruim...
Sr. Rabugento: - E quantos anos você faz hoje?
Fred: 65 anos, por que?
Sr. Rabugento: - Nesse caso a prefeitura te oferece um RioCard.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Rio não é só cristo não, mermão!

Apaixonada, uma jovem de 26 anos, sai de sua casa em Osasco, para viver um grande amor na cidade maravilhosa. O namoro estava apenas começando, e até agora era virtual e platônico, mas ela rapidamente fez as malas e partiu ao encontro do rapaz que a transformaria na próxima Helena do Maneco (autor de novelas).
Achando que viveria um grande amor na praia do Leblon, Alice chegou na rodoviaria Novo Rio onde Fernando a aguardava com a paciência e a malemolência de um macho-alfa-carioca. Vestindo bermuda, chinelo e óculos escuros estava sacudindo a chave do carro e conversando com os taxistas.
Ele sorriu, ela chorou, era tanta felicidade que rapidamente entrou no carro, Alice queria ir a praia, ao cristo e encontrar atores famosos, mas Fernando falou: - Vamos pra casa, gata, depois a gente sai pra curtir. pegaram a Av. Brasil e uma hora depois chegaram em Itaguaí.
Itaguaí... um lugar sem praia, sem asfalto e sem graça, mas... a paixão transformou tudo em alegria, ele saía para trabalhar de manhã, voltava a noite, os dois passeavam na praça depois voltavam pra casa e viam a novela.
Com o tempo, Alice começou a ficar entediada e a demandar coisas irreais, como morar em copacabana, e Fernando se irritava e saía de casa pra voltar só no dia seguinte. Contudo, desta vez, Fernando voltou e não encontrou Alice em casa, pois ela decidira voltar pra Osasco e quando ele chegou ela já estava na estrada.
Alice saiu do Rio do mesmo jeito que chegou, sem olhar para trás, só que dessa vez, as lágimas eram de decepção. Durante a viagem, ligou pra uma amiga, disse que estava voltando, contou das brigas e se lamentou por ter vivido uma ilusão. A amiga ouviu, aconselhou e até se ofereceu para busca-lá na rodoviária, porém, quando o ônibus fez sua parada habitual para lanche, Alice resolveu voltar ao Rio de Janeiro. Só que desta vez, ela sabia o que iria encontrar.

domingo, 3 de abril de 2011

Ócio

Eram tempos áureos, onde um homem de família, se tivesse um bom emprego, podia se dar ao luxo de se aposentar aos quarenta anos e continuar sendo o provedor mantendo dois filhos em escola particular. Então ele se aposentou. Certo de que havia cumprido seu dever. Chegou em casa, como todos os dias, tomou um banho, vestiu seu pijama e ligou a tv para esperar o jantar. Não se deitou, sentou-se na beira da cama aguardando o chamado impaciente de sua mulher. Ela chamou. E ele de tão hipnotizado que estava pela pequena e maravilhosa janela para um mundo tão distante daquela casa, não ouviu. As crianças entrar no quarto, ele nem percebeu. Continuava sentado a beira da cama como se fosse levantar a qualquer momento, em seus shorts de dormir e com a camisa jogada no ombro, perdera a noção do tempo, que não parou como ele, ao contrário, passava cada vez mais rápido. Seus filhos cresceram, casaram, lhe deram netos, nada disso ele viu ou participou. E ainda hoje, quem entrar naquela casa, mesmo depois de quarenta anos, ainda pode encontra-lo na mesma posição, parado, inerte, como se fosse levantar a qualquer momento.

domingo, 27 de março de 2011

O por do sol

Segunda-feira, hora do rush, todos saem apressados do trabalho, no sec XXI todos tem pressa de chegar.
Rio de janeiro, o tempo começa a nublar, as pessoas correm mais, querem chegar antes da chuva. Onde? Não importa, só querem ir.
Atravessando apressadamente as ruas, passarelas, viadutos e cruzamentos nao reparam que o sol se põe lentamente e que as nuvens desaceleram para permitir ao homem a visão do paraíso, já não está claro como ao meio-dia, mas entre as nuvens menos espessas, os raios dourados continuam a pintar o céu e as nuvens logo abaixo lembram o mar, bem distante dali, na agitada copacabana.
Aqui não tem mar, não tem turista, nao tem políticos, nem grandes empresários, na esquecida zona norte, sobre a precária passarela que permite o ir e vir dos suburbanos ela parou pra observar o por do sol.
Uma visão que jamais esquecerá, pequenas nuvens que lembram ondas do mar ao refletir os raios dourados do sol. É quase outono, a temperatura está agradavel, uma brisa suave empurra gentilmente as nuvens no céu, deixando somente essa parte descoberta, a mais importante, o leito do sol, onde ele se deita vagarosamente. Esta noite não tem estrelas, nem lua, o tempo fecha no leste. Mal o sol desaparece no horizonte as nuvens cobrem todo o céu, as luzes se acendem na cidade e as pessoas continuam ignorando as belezas gratuitas que a natureza nos manda diariamente.
Há quem diga nas ruas:-Admirar a natureza é coisa de quem tem muito dinheiro e nenhuma conta pra pagar.
Mas o céu continua lá a extasiar quem ousa olhar pra cima e nao cobra nada por isso.