segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Você!

Ontem pensei em você, mas não da maneira em que penso todos os dias... Ah não, ontem lembrei de todo o meu conforto ao seu lado, não sei se foi a música, o vinho ou a chuva... De repente foi a mistura!
Lembrei do escuro, de como eu gosto de ficar sozinha no escuro em silêncio, talvez com uma música de fundo, mas baixinha, pra ouvir também o som da minha respiração.
Gosto de ver você dormir, ouvir a sua respiração tranqüila, sinto falta dos seus cabelos longos. Porque tem que ser tão curtos agora?
Ah... A música me fez lembrar de você, será que ela pode te trazer aqui?
Ninguém lê Drummond como você, a única pessoa que me emociona com os versos do Pessoa.

Saudades infinitas da sala 01 e do seu cheiro de Cartier.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Clube dos 27

No último sábado completei 27 anos e apesar dos meus grandes esforços, não consegui transformar 27 em 22. Fazer o que, né? Só me resta a saudade dos meus cabelos vermelhos e das minhas noites de quarta à domingo... Mas, pensando bem... Isso não foi aos 22, isso foi aos 19. É... A idade chega e a gente começa a confundir o passado. Que diferença faz se foi há cinco ou oito anos?
Um dia perguntaram a um aniversariante: - como é ter 13 anos? E ele respondeu: - a mesma coisa que ter 12! 
Isso me marcou!
Quando eu fiz 25 me fizeram a mesma pergunta e eu dei a mesma resposta, pois a vida aos 25 foi tão enfadonha quanto aos 24. Ah... Mas 27 é muito diferente, seu corpo começa a mudar e de repente você não consegue mais ficar com os seus "amigos" Jack, Johnny e José. Especialmente José, que começa a te revirar o estômago. Aí você entende que a sua nova amiga é a stela e que você precisa voltar um pouquinho mais cedo pra casa, se quiser trabalhar no dia seguinte.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Odisséia Sudestina

São Paulo, um sábado qualquer. Ela sai de casa enfrenta mais um dia caótico nesta selva de pedra. Metrô, trânsito, poluição, as pessoas se empurram, se amassam, se apertam. Tudo para ir a um mega evento e encontrar os amigos... Só que não! Esse caos todo é só mais um dia de trabalho na vida do paulistano.
Mas hoje é diferente, depois de sair da roda de exercícios na gaiola do rato, ela pega novamente o metrô e corre para o último "compromisso" do dia, encontra uma amiga e as duas vão juntas e apertadas no metrô a caminho do show do Pedro Mariano.
Chegando lá, ela descobre que o Pedro Mariano tem o poder de transformar qualquer lugar na lagoa Rodrigo de Freitas, se sente extasiada, esquece toda a correria do dia por pelo menos duas horas, pra logo depois peregrinar rumo a "terra santa"... O retorno pra casa!
Novamente de metrô, agora a caminho da rodoviária, plataforma vazia afinal, já passa da meia-noite, e depois de quarenta minutos se descobre presa na estação junto com uma meia dúzia de esquecidos pelo último metrô.
Sai da plataforma, pega um taxi e finalmente chega a rodoviária, onde se despede da amiga e da cidade, só pra descobrir que o próximo ônibus só vai sair as seis da manhã, mas e agora? Ainda são duas e meia, só resta esperar...
Finalmente consegue embarcar e depois de um tempo na estrada, sabe que esta perto, pois o calor fica enlouquecedor, as pessoas dentro do ônibus começam a se livrar de seus casacos e cobertores, o suor começa a esquecer, nenhum ar condicionado resiste a força de apolo alto no céu do Rio de Janeiro e exatamente ao meio-dia, ela chega a Ipanema para exaltar o deus-sol.


domingo, 14 de julho de 2013

A Deusa Paulistana

...Ah, mas ela é tão quietinha! Alguém exclamou em seu primeiro dia de trabalho e ela revirou os olhos pois já estava cansada desse tipo de comentário. Passara a vida sendo a quietinha, a tímida, a que fala baixo, porém sempre chamou atenção, nunca passou despercebida.
Um dia se apaixonou. Conheceu um homem exatamente como ela. Ele também falava baixo e se encantou com seu sorriso, mas tinha um problema, havia um abismo que os separava. Se viam todos os dias, e o abismo só aumentava. Ela, agoniada, queria falar para ele pular, mas não sabia se ele conseguiria chegar ao outro lado sem se ferir, então, calou-se.
Ele, por sua vez, já não conseguia dormir, pensando somente em encontrar sua "deusa coroada" numa versão paulistana as avessas de Fermina Daza. O amor entre os dois cresceu e um dia, nosso herói pulou desesperadamente para o amor. Não foi um salto fácil, caiu! Se machucou, mas chegou ao outro lado. E ela,  por sua vez, como saori cuidou de seu cavaleiro ferido, curou suas escoriações e hoje lembra dessa história, sorrindo entre uma ou outra garrafa de vinho com as amigas.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Revolta do vinagre!

Segunda-feira, hora da novela, e o Brasil está na rua lutando por seus direitos. Agora sim! Agora eu acreditando futuro da nação. Essa semana foi marcada por manifestações pacíficas, polícia truculenta, imprensa mudando de lado (ou não) e políticos oportunistas "descolados" tentando puxar a brasa pra sardinha deles.
Cara, não vou ficar aqui falando a mesma coisa que todo mundo. Só quero dizer  que estou orgulhosa  pela iniciativa popular e aproveitar para comentar a última notícia que eu li sobre o assunto.

Renan Calheiros aderiu a manifestação e pediu que não haja repressão violenta dos manifestantes.

Como esse espaço é meu, eu digo:

Renan Calheiros não me representa!

Sem mais.

sexta-feira, 22 de março de 2013

O carioca e a morte

A morte todos conhecem. Quem nunca perdeu um ente querido? Existem inúmeras maneiras de uma pessoa e/ou família lidar com esse pequeno contratempo da vida. (ok, esse início ficou horrível, mas não vou mudar!) E o carioca? Aquele malandro que caminha suingando, fala alto e não tem nenhum pudor em gritar o nome de um amigo que está atravessando a Presidente Vargas e o sinal já vai abrir. É claro que os cariocas ficam tristes com o falecimento de um parente ou amigo, mas... e quando é um alheio? Alguém que você não conhece, mas foi importante na vida de um amigo seu. Bom, neste caso, o típico nativo da cidade do Rio de Janeiro lamenta, fica um pouco desconcertado e manda uma mensagem no facebook dizendo o seguinte: - quando isso tudo passar, vamos marcar uma lapa?
Lindo!
Insensível até a raiz dos cabelos, mas isso é normal pro carioca, chega a ser natural. Você acha que eu estou exagerando? Ou que simplesmente esse amigo é insensível? Nada disso.
Há uns meses atras, me narraram a seguinte conversa:
- Zé...
- que houve Fernando? Você tá bem?
- to bem sim Zé, mas é que... O Jorge morreu...
- o Jorge irmão da Patrícia?
- sim.
- mas como? Quando? Porque?
- foi hoje de manhã, chamaram os bombeiros lá, mas não teve jeito. Já chamaram a família.

(O Zé para, pensa, seus olhos se enchem de lágrimas...)

- era um bom amigo esse Jorge.
- era sim Zé, era sim. Cara, tenho que ir, depois a gente se fala.

(O Zé passa o resto do dia agoniado, chega em casa e chama sua mulher.)
- Júlia!
- oi Zé.
- o Jorge morreu!
- mas quando foi isso? E como?
- eu encontrei o Fernando hoje na hora do almoço e ele me falou que foi de manhã. Não sei como, acho que enfartou.
- e a Silvia? (esposa e agora viuva do Jorge)
- não sei, queria ligar pra ela, mas não sei o que dizer, conheço o Jorge desde criança, sou padrinho da filha dele... amanhã eu ligo.
- ok
- vamos dormir?
- vamos sim.

(no meio da madrugada, o telefone toca)

- alôunm...pluf...bruuuu...
- Zé?
- quem ta falando?
- é o Fernando.
- oi Fernando, tem notícia da Silvia?
- tenho sim, to te ligando por isso. É que eu cometi um engano, não foi o Jorge que morreu, foi o Flávio, cunhado da Silvia. Você o conhecia?

segunda-feira, 4 de março de 2013

Sem grades e sem regras, a porta aberta para a vida

Era um dia escaldante, estávamos todos lá, sentados às sombras das árvores, alguns se banhavam no rio, enquanto outros não tinham forças nem para segurar um cigarro. O sol queimava, e o vento quente cheirava a terra seca, mas ela parecia não se importar, andava como se uma leve brisa a transportasse e fumava como se esperasse alguma coisa acontecer. Algo que a fizesse perder o fôlego, uma grande emoção. Ah... Como ela ansiava por uma aventurazinha, um vendaval que a levasse pra longe, mas não para sempre, talvez por uma semana. Respirar outros ares, conhecer pessoas, contar e ouvir histórias. A novidade é o que a desperta, é o que a faz diferente dos letárgicos sob as árvores e dos lisérgicos dentro do rio. Ela olha diferente, anda diferente, sente diferente. Tem uma inquietação dentro de si, que não pode ser calada a menos que esteja deleitada com o brilho e o cheiro do novo.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Aniversário do Rio de Janeiro e daí?

Hoje, o Rio de Janeiro faz 448 anos ou melhor, fazem 448 anos que Estácio de Sá botou os franceses pra correr, mas... E daí?
Isso não tem a menor importância, o importante é que é sexta feira, a noite vai ser quente e a lapa vai ferver.
Greve de ônibus? Engarrafamento? Nem ligo, vou chegar mais tarde no trabalho, tomar um cafézinho que ninguém é de ferro e cumprimentar os colegas...
Amanhã é sábado, dia de tchibum, futvolei e frescobol!
Você não mora perto de nenhuma praia? E daí?
Pega o metrô na Pavuna, que rapidinho você chega em Ipanema.
Se você mora em Madureira, vai de integração trem-metrô.
O carioca sabe que qualquer evento pra comemorar o aniversário da cidade é coisa de turista, por quê os ambulantes usam essa desculpa pra cobrar mais caro na cerveja.
Carioca não paga.
Bota o isopor dentro do metrô e vai!
Ah, mas o metrô ta cheio, a cerveja ta cara e o calor ta de rachar!
Quem liga?
Paulista pega metrô muito mais cheio (sem ar condicionado), paga cerveja muito mais cara, trabalha sábado e não chega na praia.
Então cariocas, aproveitem!
Não só no dia de hoje, como em todos os outros dias do ano.
Beijos!

domingo, 10 de fevereiro de 2013

É carnaval, meu príncipe, CAR-NA-VAL!!!!

Pra que príncipe?
Carnaval é festa das princesas, que saem de suas torres, descendo por suas Teresas, nada santas, a caminho da Glória, branca de neve se liberta, com seus cabelos agora vermelhos, e a rainha sem seu espelho, já não sabe onde encontrá-la, tentou fugir com o Coelho, mas desistiu na esquina da Alice, pois o Coelho tinha pressa de chegar ao Natal, e a ruivinha queria, todo dia de folia. Foi ao brejo e encontrou uns sapos, que por lá faziam as festas, freqüentou a realeza do brejo e provou sua nobreza. De lá, foi a Portela, pois melhor lugar não há!
Lá encontrou outros partidos, mas não abandonou seus queridos anfíbios. Entre cervejas, paetês e mulatas com sandálias de prata, conseguiu finalmente seu título.
Não de rainha, que isso não a interessa, mas de mestre do carnaval.
Que é muito melhor!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Sexta é quinta!

Hoje, pela primeira vez desde que estou em meu exílio voluntário, senti saudade do meu Rio de Janeiro. Saí de casa antes do sol, e nas ruas escuras assisto deleitada a correria de pessoas que ainda não acordaram. O comércio abre suas portas timidamente, primeiro a padaria, depois um mercadinho e vejam só, até o açougue já esta aberto antes do sol se levantar.
Entro em um ônibus, e continuo observando o alvorecer de São Paulo, o sol saindo timidamente entre os prédios, enquanto adolescentes (com sua sonolência habitual de quem passou a madrugada no facebook) caminham rumo a escola. Olhando o meu reflexo na janela do coletivo, lembro dos meus quinze anos, época em que eu só saia tão cedo de casa, se fosse pra não ir à escola e sim para fazer piqueniques na quinta da boa vista. Num tempo sem celular ou facebook, adolescentes interagiam face a face e todos os gestos eram observados.
Agora estou aqui, equilibrando meu café no balanço do transporte público. E enquanto meus dedos são esmagados por um sapato desconfortável lembro que hoje é sexta feira, e eu gostaria de estar na quinta (da boa vista), só pra poder ver o verde e andar descalça, tendo como única preocupação chegar em casa como se estivesse vindo do colégio.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Os signos, as pessoas e o século XXI

Relacionamento. Ligação afetiva ou profissional, relação; comportamento em relação aos outros; capacidade de conviver com outras pessoas.

Antigamente a vida era mais simples, as crianças faziam o que os adultos mandavam, e os adultos faziam o que a sociedade mandava, o que era moralmente aceito e conhecido como um bom costume.
O século XX veio para derrubar os mitos sociais, desconstruir a imagem de perfeição que escondia vários vícios debaixo do tapete. A mulher ganhou liberdade, foi pra rua lutar por seus direitos, as crianças foram protegidas dos abusos e os operários passaram a ser vistos como cidadãos. Contudo ninguém mediu as consequências desses atos e os cidadãos do século XXI, sofrem as consequências das atitudes dos seus antepassados. Hoje a mulher tem uma dupla jornada, as crianças estão cada vez mais malcriadas (se tornando mais tarde adultos irresponsáveis) e o local de trabalho virou um carnaval, onde se chega a qualquer hora, não existe respeito a hierarquia e funcionários medíocres se proliferam como baratas.
Mas...e os casais? Como ficaram neste novo tempo?
Oras, casais se juntam e se separam a toda hora, pessoas desesperadas ficam com o primeiro que aparece só por medo da solidão, usam religião, astrologia, ou família para justificar estar em um relacionamento infeliz. Jogam os filhos pela janela, para não "atrapalhar" um novo relacionamento, se fecham em grupos sociais e se casam por doutrina e obediência. Mulheres tem filhos para cumprir um papel social, porém não diminuem o ritmo de trabalho, para provar que podem cumprir os dois papéis. Algumas pessoas podem até pensar que esse meu discurso não faz muito sentido por causa das contradições. No entanto, são essas e outras contradições que formam o século XXI.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Um chopp pra distrair

Hoje me senti meio nostálgica... com uma saudade do meu Rio de Janeiro, saudade das noites quentes, em que os cariocas vão as ruas, não para protestar, mas sim para fugir da sauna de suas casas. No subúrbio, os vizinhos põe as cadeiras no portão e passam a noite falando do dia, na Barra da Tijuca, todos se escondem do calor em seus ambientes climatizados com um zilhão de BTU's, no Leblon, qualquer hora é hora de se dar um mergulho, por último, o melhor lugar. A lagoa Rodrigo de Freitas. Só de pensar da vontade de suspirar. Certamente não há lugar melhor no mundo para se passar uma noite quente do que o parque dos patins. Ver o pôr do sol, as crianças rindo e brincando, os ciclistas e patinadores com suas manobras, e os cariocas, sentados no Quiosque Arab, ouvindo o melhor da MPB e tomando um chopp pra distrair.