domingo, 3 de abril de 2011

Ócio

Eram tempos áureos, onde um homem de família, se tivesse um bom emprego, podia se dar ao luxo de se aposentar aos quarenta anos e continuar sendo o provedor mantendo dois filhos em escola particular. Então ele se aposentou. Certo de que havia cumprido seu dever. Chegou em casa, como todos os dias, tomou um banho, vestiu seu pijama e ligou a tv para esperar o jantar. Não se deitou, sentou-se na beira da cama aguardando o chamado impaciente de sua mulher. Ela chamou. E ele de tão hipnotizado que estava pela pequena e maravilhosa janela para um mundo tão distante daquela casa, não ouviu. As crianças entrar no quarto, ele nem percebeu. Continuava sentado a beira da cama como se fosse levantar a qualquer momento, em seus shorts de dormir e com a camisa jogada no ombro, perdera a noção do tempo, que não parou como ele, ao contrário, passava cada vez mais rápido. Seus filhos cresceram, casaram, lhe deram netos, nada disso ele viu ou participou. E ainda hoje, quem entrar naquela casa, mesmo depois de quarenta anos, ainda pode encontra-lo na mesma posição, parado, inerte, como se fosse levantar a qualquer momento.

Um comentário:

  1. Oi Bia (posso te chamar assim?)

    Tb tenho um blog que fala do Rio (o Minha Alma Canta - http://minhaalmacanta.blogspot.com) e gostaria de fazer uma parceria com seu blog?

    O que acha? Me manda um e-mail minhaalmacanta@gmail.com ou deixa um comentário lá no site...

    Vlw

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